Os dias em que o Volkswagen Fusca era considerado um carro barato ficaram para trás. A raridade de alguns modelos impulsionou seus preços para alturas inimagináveis, como é o caso de um exemplar conversível dos anos 50 anunciado por R$ 650 mil.
No Brasil, os Fuscas da primeira geração podem alcançar valores superiores a R$ 500 mil. O veículo anunciado não é tão antigo quanto esses, tendo sido fabricado na Alemanha em 1955 e importado para o Brasil pelo consulado alemão. Sendo um modelo conversível original, seu valor intrínseco seria naturalmente elevado.
“Se este veículo for realmente um alemão 1955, cabriolet de fábrica e for impecavelmente restaurado, vale isso ou mais. Um Fusca convencional, anos 60, fabricado no Brasil, transformado em conversível, vale em torno de R$ 180 mil a R$ 200 mil”, disse Joel Picelli, responsável pela Picelli Leilões. “Esse de R$ 650 mil certamente irá para uma coleção, ninguém vai usar”.
Outro especialista do universo dos carros clássicos reforça essa análise. “Este é extremamente raro, desconheço outro no Brasil. Seu valor é significativo”, declara uma fonte especializada que preferiu não se identificar.
Sobre o veículo
A capota e o interior foram importados diretamente da Alemanha, e toda a documentação está atualizada. A carroceria azul parece estar quase concluída. No entanto, ainda há muito trabalho pela frente, e muitos colecionadores são extremamente meticulosos em suas exigências.
(Foto: Arquivo pessoal/UOl)
A parte mecânica é composta por um motor boxer 1.2 de apenas 30 cv, e o câmbio mantém a primeira marcha seca, requerendo que o condutor sincronize a rotação e o diferencial para realizar a troca, ao contrário de uma transmissão sincronizada.
Inicialmente, a conversão de um Fusca alemão em um modelo conversível é realizada pela Karmann, uma empresa posteriormente renomeada como Karmann-Ghia. A raridade é um dos fatores-chave na determinação do preço de um carro desse tipo. Embora seja mais comum no mercado norte-americano, não é tão fácil encontrá-lo no mercado brasileiro.
“São carrinhos lá fora que já estouraram ou estão na faixa dos US$ 100 mil (cerca de R$ 500 mil), dependendo do mercado pode ser mais caro do que isso. Então a pessoa faz a conversão e pedem aqui a mesma coisa. O que manda no valor é o mercado externo. Tem dois jeitos: ou ele faz a conversão do que vale lá fora e, às vezes, dependendo se o produto só tem lá fora e tem bastante procura, pede-se o que vale lá fora e mais importação”, disse Silvio Luiz, da Old is Cool Motors.
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