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Autoexibição nas Redes Sociais: O Que Está Por Trás? – Por Francisco Caminha

Na cafeteria, Francisco Caminha observa o comportamento de mulheres com celulares e garrafinhas, refletindo sobre a era digital e a autoexibição.

Sozinha na cafeteria da livraria, ela manuseia com habilidade o celular. Começa a se exibir na câmera, deslizando uma das mãos nos cabelos, fazendo poses e sorrindo. Ela ergue o rosto com um “sex appeal” discreto e faz um biquinho com a boca. Percebo um ar de felicidade ao vê-la se admirando na entrada do mundo virtual. Depois, começa a digitar rapidamente um texto.

Eu me pergunto: para quem ela se exibe? Será que é para um amado ou apenas para postar no Instagram? De repente, movimenta até a boca uma garrafinha de água que virou moda. Parece que as garotas não saem mais de casa sem esse acessório da compulsão por hidratação. Sinto um incômodo ao vê-las segurando e sugando a água toda hora com suas garrafas personalizadas.

Eu me pergunto: o que Freud pensaria ao ver as mulheres posando para redes sociais com esses símbolos fálicos? Lembro que, no meu tempo de Marinha, as garotas que visitavam a Escola Naval tiravam fotos segurando os canhões do forte.