Categoria Educação

Como a inclusão social está reinventando a música clássica brasileira

Iniciativas de inclusão na música clássica ganham força e transformam comunidades no Brasil.

A música clássica sempre foi vista como uma arte elitizada, acessível apenas a uma minoria privilegiada. No entanto, iniciativas voltadas para a inclusão social estão gradativamente mudando essa realidade, permitindo que grupos historicamente excluídos encontrem na música clássica uma nova forma de expressão e participação. Através de projetos de acessibilidade, a arte erudita está sendo democratizada, tanto na formação de artistas quanto na ampliação do público.

A reinterpretação de Carmen: o Coletivo Ubuntu e a inclusão social no palco

Um exemplo recente dessa transformação é o projeto do Coletivo Ubuntu Brasileiro, fundado em 2020 com o objetivo de criar espaços inclusivos no canto lírico. Uma das principais produções do grupo é uma releitura da ópera “Carmen”, de Georges Bizet, protagonizada exclusivamente por artistas negros. A trama, ambientada originalmente na Espanha do século XIX, ganha novos contornos ao ser transposta para a periferia brasileira, trazendo consigo questões contemporâneas de gênero e raça.

A adaptação realizada pelo Coletivo Ubuntu não apenas expande a visibilidade de artistas negros na música clássica, mas também conecta essa arte ao cotidiano de populações historicamente marginalizadas. Essa releitura também busca aproximar o público de uma arte muitas vezes considerada inacessível, vestindo os personagens com roupas do dia a dia e ambientando a história em cenários familiares às periferias urbanas do Brasil.