Cirurgia fetal corrige malformação grave na medula do bebê Nathan ainda durante a gestação. O procedimento foi realizado com sucesso no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, no Rio de Janeiro, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e deu à criança uma nova chance de desenvolvimento e qualidade de vida antes mesmo de nascer.
Cirurgia fetal foi alternativa para grave malformação
O diagnóstico veio ainda na gravidez. Tainá de Andrade, mãe de Nathan, soube que o bebê tinha Mielomeningocele, uma malformação que afeta o fechamento da medula espinhal. A condição também causava a Síndrome de Chiari tipo 2, que leva o cerebelo a descer em direção ao canal medular.
Diante da gravidade do quadro, os médicos decidiram por uma cirurgia intrauterina. Essa abordagem, embora rara, é uma alternativa possível para evitar complicações mais sérias após o nascimento e foi feita de forma pioneira no SUS.
Equipe operou com precisão o bebê ainda no útero
A cirurgia fetal foi conduzida por profissionais da Maternidade Escola da UFRJ, com apoio de neurocirurgiões do Instituto do Cérebro. A preparação exigiu precisão e muito cuidado.
Durante o procedimento, os obstetras abriram o abdômen da mãe e expuseram o útero. Um corte de 3,5cm permitiu o acesso ao bebê, que teve as camadas protetoras da medula espinhal cuidadosamente reconstruídas. Com isso, foi possível corrigir a origem da síndrome e permitir a recolocação do cerebelo no lugar adequado.
Cirurgia fetal melhora autonomia e qualidade de vida
A cirurgia fetal corrige malformação e, segundo os médicos, ajuda a prevenir danos motores mais graves. De acordo com a neurocirurgiã pediátrica Maria Anna Brandão, esse tipo de intervenção melhora não só a função motora da criança, como também favorece sua autoestima e independência no futuro.
Com o sucesso do procedimento, a expectativa da família agora é acompanhar o crescimento de Nathan com mais tranquilidade e confiança em sua autonomia.
