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Boto-do-yangtze é salvo com ajuda de poemas antigos na China

Pesquisadores na China usaram poemas antigos para mapear a presença histórica do boto-do-yangtze. A descoberta ajuda a orientar ações de conservação e dá nova esperança à preservação da espécie, criticamente ameaçada

O boto-do-yangtze, mamífero aquático em risco crítico de extinção, ganhou um novo aliado em sua conservação: a literatura clássica chinesa. Pesquisadores na China analisaram mais de 700 poemas, datados entre os séculos VIII e XIX, para entender onde e quando o animal foi avistado historicamente. Essa abordagem criativa trouxe novas informações sobre o habitat original do boto, permitindo ampliar as estratégias de proteção da espécie.

Atualmente, restam menos de 1.300 exemplares do boto-do-yangtze na natureza. Ao longo das últimas quatro décadas, a espécie sofreu forte declínio populacional. Por isso, reconstruir sua distribuição histórica é fundamental para guiar ações futuras de conservação.

Poemas revelam dados valiosos sobre o boto-do-yangtze

Como os registros científicos sobre o boto-do-yangtze só começaram a ser produzidos nas últimas décadas, muito de sua história se perdeu. Para contornar essa lacuna, os pesquisadores recorreram à poesia clássica. Ao examinar cuidadosamente os versos, foi possível identificar locais e datas aproximadas de avistamentos ao longo do Rio Yangtze.