Categoria Cotidiano

Seca extrema maia: a estiagem que mudou a história

A seca extrema maia de 13 anos e diversas estiagens prolongadas entre 871 e 1021 d.C. abalaram a agricultura, a política e o abastecimento hídrico, acelerando o colapso da civilização maia clássica.

A descoberta da seca extrema maia, revelada pela análise de estalagmites na caverna Grutas Tzabnah, trouxe novos detalhes sobre a crise climática que assolou a Península de Yucatán entre 871 e 1021 d.C. Pesquisadores identificaram oito fases de estiagem prolongada, incluindo uma seca histórica de 13 anos consecutivos, considerada um marco de vulnerabilidade ambiental que impactou diretamente a civilização. A informação foi publicada pela Revista Galileu.

A seca extrema maia e sua repercussão social

A estiagem prolongada reduziu drasticamente a agricultura e comprometeu os sistemas de reservatórios e cisternas, fundamentais para a sobrevivência maia. Assim, a falta de alimentos provocou tensões sociais, enquanto a escassez de água fragilizou a política. Ademais, os monumentos deixaram de ser erguidos e as inscrições cessaram, o que evidencia a dimensão cultural do colapso climático maia.

Algumas cidades, como Chichén Itzá, resistiram mais tempo ao choque climático porque tinham acesso a amplas redes de comércio. Entretanto, a instabilidade atingiu todas as comunidades, e até mesmo centros urbanos prósperos sofreram abalos. Portanto, a seca extrema maia transformou-se em um divisor de águas na trajetória dessa sociedade.