A criação de uma universidade indígena no território Arariboia, no Maranhão, representa um avanço histórico para a educação superior no país. O povo Tenetehar/Guajajara, em articulação com o Instituto Tukan e o governo estadual, está à frente dessa iniciativa inédita. O projeto resultará no Centro de Saberes Tenetehar, estruturado para integrar conhecimentos acadêmicos e tradições indígenas.
Segundo a Folha de S. Paulo, o plano foi concebido a partir da escuta da comunidade. Além disso, os cursos técnicos e de graduação serão oferecidos em parceria com a Uema (Universidade Estadual do Maranhão) e o Iema (Instituto Estadual do Maranhão), garantindo diplomas reconhecidos.
Universidade indígena e os cursos bilíngues
No primeiro ciclo, a universidade indígena priorizará áreas como linguística, gestão ambiental, proteção territorial e fortalecimento cultural. Dessa forma, os cursos atenderão tanto às demandas do território quanto à preservação da identidade Guajajara.
Outro aspecto inovador está no formato físico do Centro, cuja comunidade propôs e construirá em forma de cocar. Assim, a estrutura simboliza a união entre ancestralidade e modernidade.
“A universidade indígena nasce como espaço de diálogo entre saberes, fortalecendo nossa autonomia”, afirmou a comunidade em consulta pública, segundo a Folha de S. Paulo.
Áreas de destaque da universidade indígena
- Linguística: preservação da língua tenetehar.
- Gestão ambiental: manejo sustentável do território.
- Proteção territorial: estratégias de defesa e vigilância.
- Fortalecimento cultural: valorização das tradições locais.
Universidade indígena e o cronograma de implantação
Após consultas públicas realizadas em julho, o governo estabeleceu prazo de 90 dias para o início das atividades do Centro de Saberes Tenetehar. Portanto, no primeiro semestre de 2026, o governo dedicará esforços à abertura de editais e aprovação de cursos. Já as primeiras turmas devem começar no segundo semestre do mesmo ano.
Por isso, a universidade indígena oferece uma alternativa concreta para jovens que antes precisavam se deslocar para cidades distantes. Além de reduzir desigualdades, a iniciativa fortalece a educação escolar indígena diretamente no território.
Universidade indígena como modelo de futuro
O plano inédito no Brasil reúne instituições já consolidadas em um programa de ensino superior guiado pelos saberes tradicionais. Dessa forma, poderá inspirar outros povos e regiões a construir soluções próprias para a educação.
A iniciativa reafirma que o ensino superior pode ser um espaço de diálogo profundo entre diferentes formas de conhecimento. Para mais detalhes, acesse a reportagem original da Folha de S. Paulo.