O setor privado na COP30 terá participação inédita e estruturada. De 10 a 21/11, em Belém (PA), empresas brasileiras e internacionais poderão exibir experiências de descarbonização, bioeconomia e financiamento climático por meio da Sustainable Business COP30 (SB COP), plataforma criada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Além disso, a iniciativa busca sistematizar práticas que já funcionam em diversos países, permitindo que sejam multiplicadas em escala global. Portanto, a expectativa é mobilizar contribuições de mais de 40 milhões de empresas em 60 países.
Como funciona a plataforma SB COP
A SB COP reúne exemplos de sucesso para inspirar governos e instituições internacionais. Segundo o presidente da plataforma, Ricardo Mussa, compreender a fundo projetos bem-sucedidos permitirá acelerar soluções:
“Quando se disseca um caso bem-sucedido, é possível replicar seus fundamentos em diferentes contextos.”
As inscrições estão abertas até 01/09 no site sbcop30.com. Entre as áreas prioritárias, estão:
- Energias renováveis
- Hidrogênio verde
- Economia circular
- Agro sustentável e bioeconomia amazônica
Brasil como parte da solução climática
O setor privado na COP30 deve, sobretudo, reforçar a imagem do Brasil como potência verde. O país já se comprometeu a reduzir em 53% suas emissões até 2030 e alcançar neutralidade de carbono em 2050.
Ademais, projetos de reflorestamento, agro de baixo carbono e matriz elétrica limpa colocam o Brasil em posição de liderança. “Na questão climática, o Brasil é mais parte da solução do que do problema”, afirma Mussa.
Conforme dados do BID, os investimentos em energia limpa na América Latina superaram US$ 25 bilhões em 2023. Portanto, o Brasil concentrou boa parte desse volume, com destaque para energia solar e eólica.
Implementação será o foco da COP30
Para o gaúcho Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível da ONU para a COP30, a edição no Pará marcará uma virada prática:
“As próximas COPs terão como tema central a implementação das decisões já tomadas.”
Contudo, ele alerta que os impactos econômicos da crise climática já são visíveis. Em Porto Alegre, enchentes recentes reforçaram que crescimento econômico só será possível com sustentabilidade.
Um legado para o futuro
Ao consolidar um canal permanente de diálogo, a SB COP deixará como legado um espaço institucional para o setor privado na COP30 e nas próximas conferências. Além disso, pode atrair investimentos, gerar empregos verdes e fortalecer a bioeconomia amazônica.
Mais do que vitrine, a iniciativa mostra que soluções já aplicadas precisam ser ampliadas para enfrentar a crise climática. O Brasil, como anfitrião, tem a chance de transformar a COP30 em um marco histórico de cooperação global.
Para informações oficiais sobre a conferência, acesse o portal da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
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