A medicina integrativa, que une saberes tradicionais e ciência moderna, ocupa espaço central no debate global. Segundo o portal Medicina SA, o Rio de Janeiro sediará, de 15 a 18 de outubro de 2025, o 3rd World Congress on Traditional, Complementary and Integrative Medicine (WCTCIM). Pela primeira vez na América Latina, o encontro reunirá representantes de 47 países. O objetivo é discutir como terapias baseadas em evidências podem reforçar os sistemas públicos de saúde e tornar o cuidado mais humano.
Impacto da medicina integrativa no SUS e na vida dos pacientes
Além disso, o Brasil tornou-se referência internacional em medicina integrativa. Desde 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) permite que o SUS ofereça 29 práticas reconhecidas, como acupuntura, yoga, fitoterapia, meditação e reiki. Conforme dados do Ministério da Saúde/DATASUS, em 2024 ocorreram mais de nove milhões de atendimentos. O volume representa aumento de 70% em apenas dois anos. Pesquisas apontam benefícios claros em casos de dor crônica, ansiedade e depressão.
Nesse cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançará durante o congresso a Biblioteca Global de Medicina Tradicional (WHO TMGL). A plataforma já reúne 1,7 milhão de publicações indexadas. Além disso, a Estratégia Global 2025–2034, aprovada por 170 países, define metas para ampliar o acesso a práticas seguras e custo-efetivas. Para Carissa Etienne, ex-diretora da OPAS/OMS, “os sistemas de saúde que acolhem práticas de medicina integrativa tornam-se mais resilientes, inclusivos e sustentáveis”.
Integração entre ciência e tradição
Portanto, novas áreas como oncologia integrativa, saúde mental e medicina canabinoide mostram resultados promissores. Na visão de Ricardo Ghelman, conselheiro da OMS e vice-presidente do CABSIN, a integração das práticas integrativas “é um processo irreversível, amparado em ciência, políticas públicas e experiências consolidadas”.
Contudo, a medicina integrativa representa mais que inovação médica. Ela valoriza saberes tradicionais, respeita a biodiversidade e promove uma visão de cuidado centrada na pessoa. Assim, o congresso no Rio de Janeiro simboliza um futuro em que a saúde pública será mais humana, sustentável e acessível.