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USP revela a origem do cupuaçu: fruto da Amazônia que virou “primo do chocolate”

A USP confirmou que a origem do cupuaçu remonta a 8 mil anos, quando povos da Amazônia domesticaram o fruto a partir do cupuí. Hoje, além de símbolo cultural, o cupuaçu é base do cupulate, conhecido como o “primo do chocolate”, e inspira a bioeconomia.

Uma descoberta da Universidade de São Paulo (USP) trouxe novas luzes sobre a origem do cupuaçu. A pesquisa mostrou que o fruto, hoje símbolo da Amazônia e base do cupulate — apelidado de “primo do chocolate” —, foi domesticado por povos indígenas há entre cinco e oito mil anos. Nesse sentido, o estudo combina genética e história cultural, revelando como saberes ancestrais moldaram um alimento central para a região.

Do pequeno cupuí ao abundante cupuaçu

Nas florestas originais, havia o cupuí, um fruto menor, com até 15 centímetros. Com práticas de manejo e seleção ao longo dos séculos, comunidades indígenas transformaram-no em um fruto maior, polposo e nutritivo: o cupuaçu. Segundo a USP, análises genômicas comprovaram esse processo de biotecnologia ancestral. Assim, a ciência moderna confirma que antigas práticas de manejo criaram soluções alimentares sem romper o equilíbrio natural.

A origem do cupuaçu não é apenas científica, mas também social. Sua polpa dá origem a sucos, doces e cremes, enquanto as sementes resultam no cupulate. Além disso, empresas como a AMMA já produzem versões orgânicas desse alimento, valorizando cadeias produtivas amazônicas. Por isso, o fruto se consolida como ponte entre tradição, inovação e oportunidade econômica, fortalecendo a bioeconomia regional.